terça-feira, 15 de abril de 2008

Violação da essência...

Violar a mãe ..., despudorado, é proibido em praticamente todas as culturas. Violar a essência e a existência de si mesmo. Viola-te a ti mesmo como aos próximos. Violino, viola, violeiro... violando o silêncio faz-se o som seco de uma violação calada, um peito apertado, palpitante, violento. Atemorizado violas as leis pétreas. Adão violou a árvore sagrada e foi expulso do Éden. Por ganância e tentação, violou o amor a Deus. Comeu do fruto proibido, mas o que seria da proibição não fosse sua violação? Seria algo tenaz, opaco, sólido, inviolável. O que seria do Brasil não fossem as sucessivas violações de sua terra, sua honra e sua alma? O que seria da política, se os políticos tivessem que meter sua viola no saco e num “adeus, viola”, devolver à mãe a honra violada? Violência do mar sobre a costa, devorando suas areias, engolindo todo o saber humano. Denota que inviolável mesmo é só o desejo de não permitir que violação alguma passe em branco, inviolável é o desejo de não-violência. Violentada seja a parcimônia excessiva, o comodismo, o jeitinho. Inviolável sejam o bom senso, a causa e a luta. Violar a essência é como violar a mãe. A violabilidade da manutenção da ordem só é menos impossível que a própria ordem. Ordem de quem? Do violento violal que floresceu no jardim. Assim, Violeta... desse modo violentado, violando os paradigmas, vamos tocando a nossa viola sem corda.

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