sábado, 5 de abril de 2008

início

o sol rompe manhãs violando madrugadas. o grito seco viola o silêncio da rua deserta. toda a nossa tolerância é roubada nas filas do sus e dos bancos. tarjas pretas transformam infâncias em infrações. conhecimentos científicos contaminados pelo pedantismo acadêmico. políticas públicas distorcem a democracia. chantagens econômicas aprisionam os sonhos. o lucro violenta a criação e as artes. a música é abafada pelas bundas. a literatura prostituída em prateleiras de auto-ajuda. a memória se perde na pressa. violações cotidianas que engolimos a seco. qualquer paralisia repentina não é mera coincidência. acostumamo-nos às ataduras da alienação. Sobrevivemos naturalizando aberrações.

rasgando o verbo, desfiando os nós, costurando humor e indignação, este espaço é vitrine dos desabafos. um olhar diferente sobre os incômodos ditos rotineiros. espaço de denúncia dos pequenos furtos isolados, aqueles que vão nos tirando a crença e a credibilidade, que vão nos transformando em objetos mudos e conformados. um dia sartre disse mais ou menos assim: não importa o que fizeram com a gente no passado. importa o que a gente faz com o que fizeram com a gente no passado. e é por aí. quebrando paradigmas sempre...

Um comentário:

Du Mattu disse...

adorei o início. rumo à revolução.